sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Imóveis para Média Renda continuará alta em 2010

A demanda por imóveis para a classe média continuará em alta este ano, ainda que a participação dessa faixa no total de lançamentos das incorporadoras no mercado será reduzida em função da expansão do segmento econômico em maior proporção. Não há consenso entre as empresas quanto ao valor dos imóveis que fazem parte da faixa destinada à média renda, mas a expectativa geral é de crescente procura por unidades com preço entre R$ 130 mil e R$ 500 mil. No ano passado, a demanda por imóveis de R$ 350 mil a R$ 500 mil ganhou fôlego com a ampliação do valor máximo da unidade que pode ser financiada com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da poupança.

"As vendas das empresas focadas na média renda que já divulgaram as prévias operacionais de 2009 - Even Construtora e Incorporadora, Helbor e EZTec vieram bem, demonstrando que a demanda continua bastante forte no segmento", diz o analista de Construção da Fator Corretora, Eduardo Silveira. As vendas da Even atingiram o valor recorde de R$ 1,232 bilhão em 2009 (parte da companhia), 9,8% acima das registradas no ano anterior. Em 2009, as vendas contratadas da Helbor cresceram 133% ante 2008, para R$ 1,04 bilhão (parte da companhia). Já as vendas contratadas da EZTec aumentaram 57,8%, para R$ 564,8 milhões.

"A classe média será nosso grande foco em 2010. Os juros estão menores, e as perspectivas são de crescimento econômico no País e em São Paulo. A demanda por imóveis do segmento está bem aquecida", diz o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da EZTec, Emílio Fugazza. Segundo ele, os segmentos de média-baixa, média e média-alta renda vão corresponder a 71% dos lançamentos deste ano, cujos projetos ainda estão em fase de aprovação. Para a companhia, imóveis para a média-baixa renda estão na faixa de R$ 150 mil a R$ 200 mil, para a média renda, de R$ 200 mil a R$ 500 mil e, para média-alta renda, de R$ 500 mil a R$ 800 mil.

No ano passado, os imóveis comerciais ficaram com a parcela de 67% do total lançado pela EZTec, os de alto padrão com 14%, os de médio padrão, com outros 14%, e os do segmento econômico, com os 5% restantes. "Como 2009 foi um ano de saída de crise, nosso foco foram imóveis voltados para investimento, como os comerciais e residenciais de alto padrão", conta Fugazza. Os lançamentos da empresa para as classes média e média-baixa foram retomados no quarto trimestre.

Para a Brookfield Incorporações, que tem atuação tradicional na média renda, a faixa representará 50% dos lançamentos este ano. Nos critérios da Brookfield, imóveis destinados à classe média têm preço entre R$ 130 mil e R$ 500 mil. Unidades residenciais com valor abaixo de R$ 130 mil vão responder por 15% e acima de R$ 500 mil, por outros 15%. Imóveis comerciais ficam com a parcela restante de 20%. "Acreditamos muito no crescimento da classe média", diz o diretor executivo de Relações Institucionais da Brookfield, Luiz Rogelio Tolosa. A criação de uma unidade de negócios com foco no interior de São Paulo e na região Sul, no fim do ano passado, reforça a aposta da companhia na classe média, segundo ele.

"A demanda da classe média por imóveis voltou a crescer no fim do segundo trimestre de 2009, à medida que houve retomada da confiança do consumidor", diz o diretor de Relações com Investidores da Even, Dany Muszkat. Para a Even, a faixa de média renda abrange imóveis com preço de R$ 350 mil a R$ 500 mil, justamente o intervalo que foi incluído nos financiamentos com recursos da poupança e do FGTS no ano passado e se refletiu em aquecimento das vendas a partir do segundo trimestre. Segundo Muszkat, os bancos têm oferecido "taxas bastante interessantes" para o financiamento de unidades com valor acima de R$ 300 mil. "Os bancos têm mais apetite quanto maior o valor do imóvel", disse.

A principal aposta da Tecnisa para os próximos três anos é o segmento de imóveis de R$ 100 mil a R$ 250 mil, que deverá responder por 50% no fim do período, segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Leonardo Paranaguá. Até o ano passado, a empresa fazia apenas lançamentos pontuais no segmento. A decisão de focar essa faixa daqui para frente deve-se às perspectivas de aumento de renda da parcela da população que demanda imóveis no segmento, conforme Paranaguá. A faixa responde, atualmente, por 22% do banco de terrenos da companhia, mas se tornou o foco das novas aquisições de áreas.

A Helbor estima que, em 2010, o segmento de média renda vai responder por 37% dos lançamentos e a média-alta, por 42% do total. Para a companhia, os imóveis voltados para a média renda estão na faixa de R$ 170 mil a R$ 370 mil, enquanto aqueles para a média-alta renda têm valor de R$ 370 mil a R$ 900 mil. As proporções esperadas para os dois segmentos neste ano estão bastante próximas das registradas em 2009.

"Não temos interesse em entrar no segmento de baixa renda, em que a concorrência é muito grande", diz o diretor de Relações com Investidores da companhia, Roberval Toffoli. Para o executivo, a atuação na baixa renda tem como desvantagem também o risco de o financiamento ser mais dependente da Caixa Econômica Federal do que os demais. Já a faixa de média renda é mais sensível aos fatores macroeconômicos, como destaca Silveira, da Fator Corretora. "Nesse segmento, a compra do imóvel é adiada quando há qualquer soluço na macroeconomia", pondera o analista da Fator.

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