quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

GP Investimentos entra no Mercado de Imóveis

O GP Investimentos, uma das maiores empresas de private equity da América Latina, prepara sua incursão no mercado de imóveis de baixa renda. Segundo apurou o Portal EXAME, o fundo tem procurado incorporadoras que já atuam nesse segmento com o objetivo de selecionar os melhores ativos para uma eventual aquisição e posterior fusão. Uma delas seria a construtora DMO, cujo controle foi adquirido em junho de 2008 pela Hines, companhia americana especializada em negócios imobiliários e com uma filial no Brasil, por cerca de 20 milhões de reais. As conversas, porém, ainda se encontram em estágio inicial. Procurado, o GP informou que não comenta "rumores de mercado".

Foi no setor imobiliário que o GP obteve um dos maiores retornos da história do fundo. Do final da década de 90 até 2007, período em que investiu na Gafisa, o fundo conseguiu multiplicar por seis o capital aplicado na incorporadora. O GP ainda está presente no ramo imobiliário por meio da participação de 27,2% que detém na BR Properties. Essa companhia, no entanto, é focada no desenvolvimento e gestão de empreendimentos comerciais, como torres de escritório, galpões industriais e espaços para o varejo. Pelo menos por enquanto, a BR Properties não está participando das conversas com as construtoras focadas em imóveis para a classe C. Os contatos são mantidos por representantes do próprio private equity, com o objetivo de criar uma nova empresa, a partir das possíveis aquisições.


Dinheiro à disposição

O apetite do GP não é sustentado apenas por seu modelo de negócios. A base mais palpável dessa ambição são os recursos à disposição. De acordo com um relatório do banco britânico Barclays Capital, a empresa, que fechou nesta terça-feira a captação de seu quinto fundo (GPCPV), ainda conta com 720 milhões de dólares para investir. Se o fundo seguir seu padrão de investimentos, o Barclays estima que o GP ainda precisará comprar até seis empresas nos próximos dois ou três anos, a fim de aplicar totalmente os recursos captados.

O segmento de imóveis de baixa renda foi catapultado pelo governo Lula com o lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida. Lançado em abril de 2008, o programa promete construir um milhão de moradias nos próximos anos, com investimentos de 34 bilhões de reais provenientes de recursos da Caixa Econômica Federal, BNDES e FGTS. O objetivo é atender as camadas mais populares, onde se concentra 80% do déficit habitacional brasileiro - estimado em 5,7 milhões de unidades pela Fundação Getúlio Vargas.

O impacto desses recursos mexeu com os ânimos dos investidores. Além do GP, outros fundos de private equity estariam procurando empresas capazes de atender a esta demanda. Um deles seria o britânico Acorn Fund, vinculado ao Hull Business Development Fund. Focado em empresas start-up, o fundo estaria interessado em conhecer melhor o potencial do mercado imobiliário brasileiro. Quem está sondando o mercado não parece preocupado com uma eventual interrupção do Minha Casa, Minha Vida no próximo governo. "Ele foi o pontapé inicial", diz um especialista. "Agora, o mercado já está se movendo sozinho e há muito espaço para conquistar", afirma.


Digg Google Bookmarks reddit Mixx StumbleUpon Technorati Yahoo! Buzz DesignFloat Delicious BlinkList Furl

0 comentários: on "GP Investimentos entra no Mercado de Imóveis"

Postar um comentário